"A mão que puxou o gatilho que matou seus filhos é a mesma que se masturba com as lembranças deles" – TJ. Lane.

Quão sádico nós somos? Segundo Sigmund Freud, humanos já nascem com altas doses de sadismo, por isso, um prazer é sentido ao matar um inseto, por exemplo. A conduta dos serial killers não é tão diferente, mas ao invés de matar insetos, eles matam humanos, em sua maioria aqueles que socialmente se tem como mais fracos – mulheres e crianças são as maiores vítimas desses assassinos.

Pedrinho Matador

Um serial killer que foge à regra é Pedrinho Matador, nasceu em Minas Gerais e teve uma vida difícil. Sua mãe foi agredida pelo marido enquanto ainda estava grávida. Aos 14 anos, cometeu seu primeiro crime, ao assassinar o vice-prefeito do município onde residia, pois ele havia demitido seu pai acusando-o de furtar a merenda da escola onde trabalhava. Antes de completar 18 anos, Pedro se apaixonou por uma mulher que era esposa de um grande traficante, o que o levou novamente a matar mais homens, tornando-o chefe da boca. Mais tarde, sua mulher acabou sendo friamente executada por policiais. Arranjou outro amor, Aparecida, que também morreu nas mãos da violência. O que o diferencia dos outros assassinos é que ele se recusa a matar qualquer indivíduo que ele julgue mais fraco que ele, pelo contrário, ele mata quem oprime, e segundo seu código de conduta moral, faz justiça com as próprias mãos, vinga-se. Assassinou inclusive o próprio pai: o genitor matou sua mãe com 21 facadas enquanto ele ainda estava na cadeia. Para se vingar, Pedrinho o matou com 22 facadas, com um toque a mais de perversidade: arrancou-lhe e mastigou seu coração. Pedro Rodrigues Filho passou 34 anos na cadeia (quatro anos a mais do que o permitido pelo código penal brasileiro). Depois de solto, Pedro passou a ter uma vida tranquila, e diz em entrevistas que jamais mataria de novo, cobriu parte das tatuagens que o lembravam de seu passado, uma delas dizia “Mata por prazer”.

A psicologia

É óbvio que cada psicopata deve ter sua análise isolada e contextualizada, mas há algumas características que definem um serial killer: o FBI considera um assassino em série quando o indivíduo mata ao menos três pessoas, realizando com todas elas um ritual padronizado. Existem também dois tipos de serial killer: os “organizados” que tem alta inteligência e vivem socialmente, muitas vezes com filhos e esposas, e os “desorganizados”, impulsivos, marginalizados que deixam rastros e provas nos locais de seus crimes. Outra grande curiosidade é que nos Estados Unidos a maioria dos serial killers agridem, estupram, assassinam e castram mulheres, já no Brasil a incidência dos casos com crianças é maior.

Serial Killers na ficção

O mundo das artes tem grande fascínio pelo tema: a nova série da FOX “The Following” traz na trama um professor universitário e serial killer que mata mulheres inspirados pela obra de Edgar Allan Poe. Inspirador, o professor angaria mesmo na cadeia uma série de seguidores capaz de cometer crimes inimagináveis por seu ídolo. Além das cenas brutais atípicas de seriados, o roteiro parte do princípio do niilismo vivido na sociedade contemporânea, tudo parece extremamente vazio e a vida parece não valer a pena. Assim, o vilão protagonista dá um sentido especial à vida daquelas pessoas: matar. Um caso bem parecido ganhou a mídia norte-americana recentemente. O adolescente T.J. Lane de 18 anos foi condenado à prisão perpétua depois de matar três estudantes do ensino médio em Ohio. Claramente não arrependido de seu crime, durante seu julgamento, ele foi com uma t-shirt estampada com a palavra ‘KILLER’ e quando teve oportunidade de falar, disparou: “A mesma mão que matou seus filhos, é a mesma mão que se masturba todo dia com a memória da morte deles”. Lane tem vários fan-sites e tumblr dedicados a ele, alguns de seus admiradores já escrevem cartas e demonstram grande vontade em seguir seus passos.

Já o seriado “Dexter” traz um serial killer diferente, com a vantagem de ser um policial forense especialista em análise sanguínea. O personagem principal comete crimes que a polícia não consegue resolver, e assim como o brasileiro Pedrinho Matador, faz justiça à sua maneira e com as próprias mãos. E as semelhanças não param por aí, ele consegue fingir suas emoções e se relacionar normalmente com outros indivíduos, e apesar de não sentir remorso algum em relação a seus delitos, chega a criar certa afeição por sua irmã, assim como o assassino brasileiro, que depois de solto foi morar com a irmã. A série americana é multipremiada e se mantem no ar até hoje com uma longevidade de 8 temporadas.

Um dos serial killers mais famosos da história é Edward T. Gein, um sujeito que viveu em 1950 e tinha problemas mentais em relação a sua sexualidade, necrófilo, ele mantinha relações sexuais com cadáveres e visitava cemitérios frequentemente. Às vezes até empalhando corpos em sua própria casa. Edward não satisfeito em praticar necrofilia, começou a matar em 1954. Esse caso inspirou o filme ‘Psycho’, do mestre Alfred Hitchcock. O longa-metragem traz a famosa cena do esfaqueamento no banheiro, com a trilha sonora tensa, e é até hoje um dos maiores clássicos do cinema, tendo chocado a audiência na época pelas temáticas transexual e de violência.
Hoje em dia a psicologia e a criminologia estudam esses indivíduos de maneira diferente, a tentativa que se tem é de analisar a etimologia do crime e a personalidade do criminoso, para que haja uma punição justa, se possível auxiliando na prevenção e ressocialização do sujeito. O que se sabe de mais concreto é que em sua maioria dos célebres assassinos em série da história tiveram tal mentalidade proveniente de uma infância violenta repleta de traumas e abusos.

Por: Alisson Prando